Por que controlar o próprio ego virou uma competência essencial para construir negócios duradouros


Postada em : 30/12/2025

Por que controlar o próprio ego virou uma competência essencial para construir negócios duradouros

Em um ambiente empresarial cada vez mais complexo, líderes lidam com pressão constante para ter respostas rápidas, transmitir segurança e tomar decisões certeiras. Mas pesquisas recentes em liderança e comportamento organizacional mostram que esse modelo pode se tornar um obstáculo quando alimenta o ego e reduz a colaboração.

Em vez disso, empresas têm valorizado habilidades ligadas à humildade, abertura e tomada de decisão compartilhada, fatores associados ao engajamento e ao desempenho no longo prazo. O tema foi discutido em em um artigo assinado pelo empresário Wilson Luna na revista Entrepreneur.

Como o ego interfere na liderança?
O ego, em dose moderada, sustenta confiança e resiliência. Mas, quando domina a tomada de decisão, tende a criar ruídos internos. Segundo especialistas, líderes movidos exclusivamente por essa postura costumam centralizar discussões, buscar controle excessivo e filtrar decisões pelo impacto pessoal, e não pelo melhor interesse da organização.

Os efeitos mais comuns incluem:

  • Silenciamento de ideias: equipes deixam de contribuir quando percebem que não serão ouvidas;
  • Falsa sensação de certeza: decisões parecem completas, mas desconsideram perspectivas relevantes;
  • Baixo alinhamento: iniciativas ganham pouca adesão, gerando atritos mais adiante.

Essa dinâmica reduz inovação e enfraquece a cultura, especialmente em empresas que dependem de colaboração.

Por que a humildade melhora resultados?

A postura oposta — baseada em humildade, vulnerabilidade e escuta — cria condições mais favoráveis para inovação, participação e responsabilidade. Admitir que não se tem todas as respostas abre espaço para diálogo e reforça a segurança psicológica, permitindo que as equipes expressem ideias e discordâncias.

Com isso, decisões passam a ser construídas a partir de diferentes pontos de vista. O resultado tende a ser mais sólido, porque combina visões múltiplas e fortalece o sentimento de pertencimento. Estudos publicados no jornal especializado The Leadership Quarterly, por exemplo, apontam que a liderança humilde está associada a maior confiança, engajamento e identificação organizacional.

Práticas para reduzir o impacto do ego no dia a dia

Especialistas sugerem algumas ações simples que tornam a liderança mais colaborativa:

  1. Admitir incertezas: dizer “não sei” estabelece um ambiente de investigação e incentiva contribuições da equipe;
  2. Apresentar alternativas, não soluções fechadas: discutir opções mínimas e máximas antes da decisão final reduz resistência e aumenta participação;
  3. Fazer perguntas antes de oferecer respostas: questionamentos como “o que estamos deixando passar?” ajudam a ampliar o debate;
  4. Priorizar linguagem de equipe: expressões coletivas (“nós”) reforçam responsabilidade compartilhada e identidade comum;
  5. Reconhecer contribuições e apontar lacunas: valorizar ideias de outros e admitir limites pessoais cria uma cultura transparente e colaborativa;
  6. Explicar como as decisões são tomadas: compartilhar critérios e trade-offs aumenta confiança e compreensão interna, mesmo quando a decisão cabe ao líder.

O impacto no longo prazo

De acordo com pesquisas da área de gestão, o ego tende a gerar vitórias pontuais, mas fragiliza empresas ao longo do tempo, já que limita diálogo, reduz inovação e dificulta alinhamento estratégico. A humildade, por outro lado, cria equipes mais engajadas, decisões mais robustas e culturas organizacionais sustentáveis.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios