Mercado de exportação é tema de evento da Aliança Empresarial de Mulheres do Brics


Postada em : 28/03/2025

Mercado de exportação é tema de evento da Aliança Empresarial de Mulheres do Brics

O WEForum, encontro de negócios promovido no escopo da Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS (BRICS WBA, na sigla em inglês), atraiu mais de 1.150 pessoas a Belo Horizonte (MG) para o evento de dois dias, juntamente com uma audiência global via streaming. Representantes de pelo menos dez países estiveram na capital mineira para um programa especial na quarta e quinta-feira (26 e 27) com o objetivo de estimular conexões, expandir parcerias e discutir tópicos estratégicos como economia, inovação e liderança feminina no fomento de negócios sustentáveis ​​e acesso a recursos financeiros, combate à desigualdade de gênero e violência no ambiente de negócios e promoção de locais de trabalho seguros e inclusivos.

Equidade no ambiente de negócios
Os números do WEForum destacam que há espaço para o empreendedorismo feminino, embora faltem oportunidades. Um total de 104 pessoas se inscreveram para 85 reuniões de negócios com 15 países, como Argentina, Bolívia, Canadá, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Itália, Paraguai, Peru, Reino Unido, Estados Unidos, Chile, entre outros. A maioria dos compradores é do setor de alimentos e bebidas, seguido por cosméticos e vestuário. 30 brasileiras fazem parte dessa rodada de negociações internacionais, movimentando a economia.

Segundo a presidente global do WBA BRICS, Mônica Monteiro, o maior desafio para as mulheres não é o crescimento econômico lento, mas a falta de oportunidades e inclusão: “O que explica o Brasil ter taxas menores que outros países do BRICS não é uma economia menos dinâmica, mas a falta de oportunidades para eventos como esse, chamados de matchmakers. Uma vez que você dá a uma mulher a oportunidade de exportar, ela nunca mais vai parar de exportar. Se a barreira fossem as medidas de crescimento econômico do país, o Japão teria a maioria das mulheres exportando. Então, não se trata disso, mas de mostrar que há oportunidades e como aproveitá-las”, disse Mônica.

“Além do networking, podemos transmitir a união de forças, não a competitividade. As mulheres não querem competir; queremos unir e mostrar aos homens essa sensibilidade feminina nos negócios”, enfatizou Ana Claudia Badra Cotait, presidente do Conselho de Mulheres Empreendedoras e Cultura (CMEC) da Confederação Brasileira de Associações Comerciais (CACB).

Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), que também representou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, destacou que “para mudar o mundo é preciso começar em casa, na indústria. Em 2008, 24% das mulheres ocupavam cargos de liderança; hoje, são 34%. Ainda não é o suficiente, mas temos exemplos de muitas mulheres liderando organizações. Tenho muito orgulho de dizer que, dentro da FIEMG, 64% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, do total de 55% do nosso quadro de funcionários que são mulheres”, disse Roscoe.

Agenda do WEForum
Quatro painéis compuseram o primeiro dia de discussões. Entre os temas discutidos estavam políticas públicas, liderança, agricultura, comércio e indústria. Segundo Izabel Itikawa, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER) e da Pró-Amazônia, que participou do painel do agronegócio, “as mulheres sempre estiveram presentes na agricultura, em papéis operacionais, contribuindo no campo com seu protagonismo. Com sua capacidade de identificar o que muitas vezes é ignorado pelos homens, elas agora começam a estender esse destaque para cargos de gestão em processos da agroindústria”.

A última sessão do dia contou com Maira Rodrigues da ApexBrasil, Zhao Haiying, presidente do capítulo chinês do BRICS WBA, e Anna Nesterova, presidente do capítulo russo. Elas falaram sobre desafios e modelos de sucesso em pesquisa e desenvolvimento para a internacionalização de negócios, especialmente em empresas lideradas por mulheres dentro do quadro do BRICS, para atingir maior produtividade. Este foi um tópico defendido por Haiying. A entrada de novos membros foi destacada por Nesterova como positiva para fortalecer as oportunidades comerciais.

Concurso de Startups
Margarete Coelho, diretora de administração e finanças do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), apresentou ao público o concurso de startups, uma das iniciativas do WBA. O concurso, que recebeu 2.000 inscrições, reúne startups lideradas por mulheres em diversas categorias. Essas categorias incluem Saúde e Bem-estar, Agricultura e Segurança Alimentar, Educação e Desenvolvimento de Habilidades, Energia, Infraestrutura e Mobilidade, Comércio, Serviços e Transformação Digital, bem como Desenvolvimento Sustentável e Soluções Climáticas. A competição foi estruturada em etapas para abranger startups em diferentes pontos de suas trajetórias. Ela atende a novas propostas, orientando startups em estágio inicial focadas na validação de conceito, startups que já receberam aceitação do mercado e, finalmente, scale-ups que experimentaram crescimento significativo e buscam expansão internacional. A cerimônia de premiação será realizada em conjunto com a cúpula do BRICS em julho.

Fonte: Agência Gov