Guia do crescimento: tudo que você precisa saber para escalar sua startup em 2026


Postada em : 29/12/2025

Guia do crescimento: tudo que você precisa saber para escalar sua startup em 2026

O cenário de recursos no ecossistema de startups brasileiras “é desafiador, mas repleto de oportunidades”. A avaliação é de Maria Rita Spina Bueno, fundadora do Mulheres Investidoras Anjo (MIA) e membro do Conselho da Anjos do Brasil. Para ela, o early stage – voltado a empresas em estágio inicial, especialmente as que estão nas primeiras rodadas de captação (pré-seed, seed e série A) – “já mostra recuperação, com retomada de investimentos e expectativas de volumes mais robustos para o ano que vem”.

Como os juros elevados ainda freiam o apetite por risco, modelos de negócio que conciliam escala e sustentabilidade financeira têm prioridade. “Startups que demonstrarem eficiência operacional e métricas consistentes estarão bem posicionadas quando o capital voltar com mais força”, afirma.

Essa mudança de perspectiva faz parte de um ciclo de cinco anos de transformações profundas. Impulsionados pela retomada das atividades presenciais e pela aceleração dos movimentos de transformação digital, os empreendedores brasileiros captaram R$ 51,3 bilhões junto a fundos de capital de risco em 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). A partir desse recorde histórico de investimentos, o país revelou dez novos unicórnios, nome dado às empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

Depois da era de ouro dos valuations bilionários, o mercado entrou no período que ficou conhecido como o “inverno das startups”. Pressionados pela combinação entre juros crescentes, inflação persistente e instabilidades no cenário geopolítico global, gestores de capital de risco locais e internacionais adotaram posturas mais conservadoras. Em dois anos, o total de aportes realizados caiu 85%, atingindo R$ 7,7 bilhões em 2023.

Entre os seus principais efeitos de longo prazo, o movimento de altas e baixas formou uma nova dinâmica nas relações entre investidores e fundadores. Embora o montante tenha aumentado 17% em 2024, o número de rodadas caiu 46%. No balanço final, o volume de recursos disponíveis voltou a crescer, mas passou a haver maior rigor nas decisões.

“Além dos fatores macroeconômicos, muitos fundos não alcançaram as taxas de retorno projetadas para seus portfólios. A relação entre risco e rentabilidade se tornou menos atraente”, diz Carlos Gamboa, managing partner (sócio-diretor) da Fisher Venture Builder, de estruturação, financiamento e escala de novos negócios. “De maneira geral, a indústria de venture capital ficou mais seletiva, sobretudo no que diz respeito a modelos que dependem de aportes sucessivos para prosperar.”

Diversificação
A partir desse contexto, muitos buscaram rotas alternativas de financiamento, como plataformas de crowdfunding e iniciativas públicas de fomento, que hoje respondem por mais de 17% dos recursos iniciais aplicados em startups. As fontes mais acessadas, no entanto, continuam sendo grupos de anjos (42%) e fundos de capital de risco (20,4%).

 

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios